segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dura Realidade

O tempo que passa faz-me entender
A dor da prisão de uma ave engaiolada
Com as asas cortadas para não voar
Meus sonhos sempre serão sonhos
Desejos não passarão de desejos
Só queria mesmo era passear com meu amor
Caminhar pela praia ou quem sabe ir a uma lanchonete
Voando é que o pássaro vive
E ele vive para voar
Como poderia ser perfeito
Se não houvesse repressores
Se tudo não dependesse de outras pessoas
E tivéssemos sendo donos de tudo que temos
Como posso me aproximar
De ser tão supremo
Nem os anjos ousam-lhe olhar
E vislumbram-se com Yhwh Deus tão poderoso a todo momento
Posso não ser nada
Apenas poeira cósmica no imenso sistema solar
Mas não paro de acreditar que um dia serei livre
E terei apenas um pouco de conhecimento o suficiente pra crer
O suficiente pra lutar e viver e não deixar de cantar
O gorjeio mais puro no dia mais belo
Esse mesmo nunca ouvirei e se for pra ser sincero
Arranca-me meus olhos só assim realmente verei
A saída e as soluções nesse mundo tão carnal
Onde voar eu não consigo, pois não tenho mais asas
As asas que tinham levaram, atearam fogo
E as novas que crescem não têm forças nem pra levantar
E se eu pudesse dar a alguém duvido que consigam segurar
Seu peso excede o chumbo
E seu brilho já não há mais...

02 de Abril de 2012